Há um transatlântico solitário (SS Virgínia) que navega na imensidão marítima cumprindo a ritual-viagem, do início do século XX, rumo à terra prometida. Há uma criança abandonada, em cima do piano do navio, no primeiro dia de 1900. Há um fogueiro à procura de “brindes” no chão sujo do salão que encontra o maior tesouro da sua vida solitária num berço. Há um pianista chamado Danny Boodman T. D. Lemons 1900 (interpretada por Tim Roth) que embraca, sem saber muito bem como, num duelo com o (quase) melhor pianista do mundo e aclamado inventor do jazz. Vidas solitárias. Há um pianista que não existe, cujo mundo (o navio) é do tamanho de um teclado finito de piano, mas ilimitado na criação e na imaginação. Por isso, nunca põe os pés em terra. É uma espécie de Cosimo (“O Barão Trepador”) marítimo… O realizador italiano Guiseppe Tornatore (“Cinema Paraíso”; “Malèna”) lembra-nos, mais uma vez, que a solidão pode vestir múltiplas formas e múltiplas personagens. Alessandro Baricco, a voz do monólogo (e, já agora, do disco “City Reading”, com música dos Air), lembra-nos que a morte pode ser encarada com um sorriso e que a vida se resume a um pote de felicidades e tristezas momentâneas. Assim se cumpre (um)a história. Título Original: La Leggenda del Pianista Sull'Oceano
Realização: Giuseppe Tornatore
Actores: Tim Roth; Pruitt Taylor Vince, Mélanie Thierry
Origem: Itália, 1998
120 min. | cor
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