Dia 29 - WAKE UP HATE de Paulo Castro (TEATRO)


Wake up Hate: o acordar maldito

Um homem é devolvido da morte ao inferno da vida odiosa. Bruscamente confrontado com os abismos que fazem o mundo mais redondo do que profundo, abre o alfabeto dos subterrâneos de onde poderiam saltar um Dostoiévski em auto-destruição ou um Wilhelm Reich a dissecar a massa de que é feita o Zé Ninguém. “Wake up Hate”, o monólogo que Paulo Castro apresenta no Subscuta, acorda as consciências malditas em ressaca permanente e destroça o labirinto do carrinho, da casinha, do fingir que está tudo bem. O público, sentadinho e intrinsecamente voyeurista, é arrastado em espiral pelas palavras tensas e inquietantes e pelos movimentos crus e esquizofrénicos do corpo, para acabar filmado à velocidade eléctrica de uns Silver Mount Zion.

Baseado no texto: "Anjo da Morte", de Jan Fabre

Direcção e interpretação: Paulo Castro

Paulo Castro trabalhou a partir de 1996 enquanto actor e encenador no Teatro Nacional São João (Porto), onde dirigiu as peças as “Vermelhos, Negros e Ignorantes” de Edward Bond e “Caos é vizinho de Deus” de Lars Noren. No Hospital Psiquiátrico Conde Ferreira dirigiu o projecto “categoria 3.1”, integrado no ciclo Elogio da Loucura. Encenou também textos de Fassbinder, Arrabal, Dostoievsky, Paul Auster, Beckett e Heiner Müller. Em Berlim, onde reside há três anos, tem desenvolvido o seu trabalho performativo e apresentado uma série de trabalhos com grande impacto internacional. Esteve em destaque na edição deste ano do “Festival Escena Contemporánea”, em Madrid, ao ser-lhe dedicado o “Ciclo Perfil”. Actualmente está a trabalhar no seu novo filme, “Que se foda a Arte que eu quero é vinho”. “Wake up Hate”, o monólogo que traz a Barcelos, teve apresentações em várias salas nacionais e já passou pela Alemanha, França, Espanha, Bélgica, Aústria, Austrália e Islândia.

29 de setembro - auditório da biblioteca municipal de barcelos
entrada livre

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