BARAKA (projecção de filme) 29 abril 2005


Não há palavras. As imagens sucedem-se em beleza numa viagem ao "útero-mundo": vulcões e cataratas numa fúria calma; monges em profunda meditação, correrias em cidades (sub)desenvolvidas numa luta desenfreada contra o tempo; tribos em cânticos e rituais de dança e cor; crematórios junto ao Ganges; poços de petróleo em combustão; civilizações perdidas… as mil e uma maravilhas (e não-maravilhas) do mundo. "Não importa saber-se onde está, mas sim o que lá há” (Ron Fricke). Na verdade, o visionamento do filme/documentário importa um outro tempo. Importa uma específica transcendência do pensamento e um respirar diferente. Aliada à beleza da imagem surge uma plataforma de mensagens que obriga o espectador a pensar (sim, a pensar!), a reflectir, a respirar verdadeiramente, a interrogar-se sem legendas ou qualquer outra explicação fácil. A banda sonora sintoniza-se num segredo espiritual. Michael Stearns esboça uma tela paisagista de “feelings” absolutos e a composição dos Dead Can Dance ("The Host Of Seraphim)” é uma pérola com uma profundidade arrepiante. As imagens e música falam por si. E por tudo.
Realização: Ron Fricke
Produção: Mark Magidson
Banda Sonora: Michael Stearns; Dead Can Dance
Origem: USA, 1992
96 min. | cor

Sem comentários: