Há lugares que quase não existem. Casais de Folgosinho nem sequer é um lugar. Não há luz eléctrica, não corre água canalizada, não há estradas. Perde-se no silêncio de um vale entre as montanhas da Serra da Estrela. Em tempos foi um autêntico santuário de pastores...Com dezenas de famílias e milhares de cabeças de gado. Hoje, os mais velhos vão morrendo e os novos fogem da dura sina de ser pastor. 365 dias por ano. Herminio, 27 anos, contraria o fim. Dizem que é o pastor mais novo, mas também o mais doido. Sozinho, rádio na mão, rasga montanhas ao som das cassetes do popular cantor Quim Barreiros, que um dia sonha conhecer. Os sons das cassetes e do rádio puxam-no para longe de uma vida de solidão. São a união entre dois mundos diferentes. Distantes e próximos. Na sociedade moderna o futuro de Hermínio é inquietante. Até quando o jovem Hermínio será pastor? Mas...ainda há pastores? As estórias de Casais de Folgosinho guardam a resposta.
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